Eita 2016 pesado!
O Ano começa com
uma notícia muito triste pra mim e pra muitos amigos, que foi o
fechamento da Corneta. Trabalhei boa parte da minha vida
por lá, seja como funcionário ou como fornecedor e tinha um grande
respeito pela empresa. Ali me sentia em casa.
Logo depois perdi
meu amigo Fritz (ex-proprietário e presidente da Corneta). Aprendi
muitas coisas com o amigo que todo ano me ligava no aniversário e eu
retribuía a ligação no Natal. Nem me lembro a quantos anos isso se
repetia, mas foram mais de uma década.
Além das tragédias
diárias ou ainda as conjuntas que o ano nos apresentou, “Seo”
Calixto resolveu partir para outra missão na véspera do dia dos
pais e antevéspera do meu aniversário.
Meu pai como bom
filósofo sempre me incentivou a investigar e pensar sobre os
fundamentos ou essências da realidade circundante e não consigo
mais terminar o ano sem refletir sobre eles.
É natural no ser
humano a necessidade de classificar. Seja objetos, pessoas, natureza,
espíritos...Tudo nessa vida é classificado. Acredito que o homem
só consiga entender as coisas quando as separa em partes e assim também o
fez com o tempo em séculos, anos, meses, dias, horas, minuto,
segundos… entre os vivos e os mortos, o que começou e o que
acabou, ou seja, o homem classificou a vida.
Quando chega a mudança de classe 2016 para classe 2017, fico pensando o quanto
fomos classificados nos últimos tempos, em especial no Brasil.
Nesse período de
turbulência, criou-se as classes dos “coxinhas” e a dos
“mortadelas”, criou-se a classe dos “petralhas” e a dos
patos. Se tornou gritante a existência dos corruptos e
principalmente a dos “políticos corruptos” (para muitos
classificada como pleonasmo). Ressurgiu a já conhecida classificação
entre sulistas e nordestinos, relembraram da classe dos militares, da
classe dos reacionários, a classe dos cassados, a classe dos
golpistas e dos “impichados”, entre outras tantas.
Realmente se tivesse
que classificar 2016 diria que foi o ano das Classificações!!!
Sendo a
classificação o ato de dividir/separar em classes, ou melhor em
conjuntos que se assemelham ou tem a mesma função, não encontrei
nas definições nada que o levasse a esse sentimento de separação
que a vida tem me dado.
Mesmo na separação física das pessoas que
se foram, continua um lado bom na lembrança das coisas vividas, não
só das que classificamos como boas mas também das classificadas
como ruins ou tristes.
Mas não me refiro
as “perdas” que tive, me refiro ao sentimento de separação dos
amigos num mundo classificado. Me refiro a essa proximidade que
existe entre os substantivos classificação e segregação. Porquê
mesmo não sendo sinônimos a cada dia me parecem sê-los.
Me parece que essa
divisão de pensamentos, essa classificação do lado direito ou
esquerdo, vem resultando cada vez mais em segregação. E podemos
extrapolar o assunto indo para religião e seita, raça, opção
sexual, poder econômico, etc. Fico pensando até que ponto
classificamos ou segregamos, o próximo, os familiares ou os amigos?
Na vontade de juntar
os classificados que foram segregados, desejo ao Todo, ou a todos, um
2017 único e repleto de harmonia, com todos juntos e misturados
nessa alegria que é a vida.
Boas Festas!
Opa!? Ia me
esquecendo: e com meu Corinthians Classificado!